Acidente de moto: entenda o que fazer em caso de colisão
Os números assustam, mas infelizmente espelham uma realidade chocante. Só em São Paulo, de janeiro a julho de 2024, o número de mortos por acidente de moto chegou a 1.500.
Os dados são do Infosiga, do governo paulista, e mostram que houve um aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado.
Um estudo anterior do órgão mostra que, em 2023, 44% das vítimas ficam paraplégicas ou tetraplégicas e 23% sofrem amputações. Isso sem falar nos traumas múltiplos causados pelos acidentes de moto.
Apesar de todo o estresse do momento, saber o que fazer em um acidente de moto pode salvar vidas e minimizar prejuízos.
Veja como agir em uma ocorrência dessas, sempre priorizando a segurança de todos, acima de tudo.
Cuidados imediatos após a colisão
Em um acidente de moto, o susto inicial e o estresse demoram a passar, mas é preciso manter a calma para pensar direito o que fazer. Entrar em pânico embola o pensamento e você deixa de tomar decisões importantes que podem salvar vidas.
Verifique lesões – Veja se há feridos no acidente, mas não mexa nem os tire do lugar, porque sem o treinamento adequado o quadro pode se agravar. Se houver vítimas, ligue imediatamente para os bombeiros pelo número 193.
Saia da via, se possível – Procure desobstruir a via o mais rapidamente possível para evitar novas colisões – mas apenas se não houver feridos. Busque o máximo de segurança ao fazer isso, levando a moto e os envolvidos para o acostamento.
Sinalize o local do acidente – É muito importante que os outros motoristas vejam com antecedência que houve um acidente. Então sinalize corretamente para evitar novas colisões: ligue o pisca alerta da moto e coloque o triângulo 30 metros antes do local.
Se o motociclista ou outra pessoa estiver no chão ferida, não pode ser removida até a chegada do socorro. Nesse caso, também sinalize o local com o triângulo de emergência, pisca-alerta de algum veículo ou até mesmo lanternas e celulares, caso seja noite.
Chamando as autoridades
O próximo passo é tomar algumas providências legais em relação ao acidente de moto. Veja o que deve ser feito:
Quando chamar a polícia
Nos casos de acidente de moto (ou de qualquer veículo, em geral) com vítimas, deve-se acionar a polícia através do 190. Nesse caso, o boletim de ocorrência (B.O.) é feito pelo policial no próprio local.
Vale lembrar que o condutor tem o dever de prestar socorro às vítimas de acidentes. Quem não o fizer estará cometendo um crime previsto no artigo 135 do Código Penal.
Além disso, a omissão de socorro também é prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como infração gravíssima, em dois artigos, podendo resultar em detenção de 6 meses a 1 ano ou multa (artigo 304).
Já quem deixar de prestar socorro à vítima quando solicitado pela autoridade também estará cometendo uma infração grave que resulta em multa (artigo 177).
É muito importante manter a conduta adequada e documentar tudo o que acontecer, até para não cair em golpes, como o da omissão de socorro.
Nele, a ausência de provas de que você realmente socorreu a vítima pode levar a alegações contrárias, trazendo sérias consequências financeiras e penais.
Se, no entanto, o acidente não deixar vítimas, é possível fazer o B.O. posteriormente na delegacia mais próxima, no Batalhão da Polícia Militar ou pelo site da Polícia Civil.
Registro da ocorrência
O boletim de ocorrência é de suma importância, já que é o registro legal do acidente de trânsito. O documento oficializa o relato do acidente, consolidando os dados sobre o ocorrido, pessoas e veículos envolvidos, danos e possíveis testemunhas.
O B.O. é necessário para acionar o seguro, por exemplo, e também para abrir um processo judicial quando não há concordância entre as partes sobre a culpa pelo acidente, pagamento do conserto e indenizações etc.
Dicas para falar com as autoridades
Todo acidente de trânsito gera momentos críticos de estresse, que, dependendo da situação, pode fazer você perder a calma e, muitas vezes, também a razão.
Mas é preciso especial cuidado ao falar com as autoridades, evitando atritos, discussões e vozes alteradas. Procure manter a calma e raciocinar com clareza, explicando de forma clara o corrido.
Lembre-se de não alterar a cena do acidente, a menos que haja perigo real de acontecerem outras colisões, risco visível de explosão etc.
Principalmente nesses casos, é mais importante ainda ter o registro de tudo, então sempre que possível peça para uma testemunha filmar e fotografar a cena. E não esqueça de pegar o contato dela e suas informações.
Troca de informações entre os envolvidos
Outro ponto muito importante é coletar o máximo possível de informação do outro motorista: nome completo, endereço, telefone, CNH, placa do veículo, dados do seguro. Se for possível, fotografe os documentos.
Procure conseguir o máximo possível de testemunhas, registrando depoimentos e pegando seus dados de contato.
Comunicação com a seguradora
Entre em contato com a seguradora assim que for possível para comunicar o acidente e iniciar o processo de sinistro. Utilize os canais disponibilizados pela empresa – chat do site, WhatsApp, aplicativo, telefone etc.
A maioria das seguradoras tem um prazo específico para a abertura do sinistro, então fique atento, porque atrasos podem acarretar recusa da cobertura.
A comunicação é necessária mesmo que os danos sejam pequenos, mas apenas se você pretender utilizar o seguro pagando a franquia. Se o valor do conserto for menor do que o da franquia, avalie se vale a pena acionar a seguradora.
Para acionar, siga a orientação da seguradora e reúna todos os documentos e dados necessários, que costumam ser CNH, CRLV, fotos dos danos, B.O., número da apólice de seguro e informações sobre os envolvidos.
Avaliação médica mesmo sem ferimentos aparentes
Um acidente leve de carro muitas vezes não deixa feridos, mas o motociclista fica muito mais exposto a traumas mesmo nas quedas em baixa velocidade.
Dessa forma, ainda que tenha sofrido apenas pequenos arranhões ou aparentemente nem isso, é importante fazer um check-up completo para verificar a possibilidade de ferimentos internos e evitar problemas no futuro.
Como lidar com danos materiais e reparos
Depois de dar entrada no seguro, ainda há alguns procedimentos pelos quais o motociclista e o veículo precisam passar.
Orçamento e laudos técnicos – Depois da abertura do sinistro, a seguradora enviará um perito para avaliar as condições da moto. É a chamada vistoria. Ela pode ser feita virtualmente (por fotos e vídeos) ou presencialmente, e tem como objetivo averiguar se os danos são compatíveis com a descrição do acidente no B.O.
Responsabilidade pelos danos – Se houver divergência sobre quem é o culpado pelo acidente de moto, tanto a seguradora quanto as autoridades farão suas próprias diligências para determinar o responsável pelos danos.
O prazo para concluir a análise e aprovar ou não a cobertura do sinistro costuma levar até 30 dias, mas pode variar conforme a empresa.
Direitos do motociclista acidentado
Nada compensa todas as perdas – físicas, emocionais e financeiras – de um acidente com moto, mas saber que pode ter direito a algumas compensações ajuda a minimizar as perdas. Veja quais são:
Cobertura do seguro DPVAT
A indenização por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) se refere aos danos pessoais causados por veículos automotores terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não.
A finalidade é amparar as vítimas de acidentes de trânsito, independentemente de quem seja a culpa do acidente, do número de vítimas ou seus beneficiários legais.
Voltada para motoristas, passageiros e pedestres, ou seus beneficiários em caso de morte, a indenização é feita individualmente, portanto a sua solicitação também deve ser feita por cada uma das vítimas.
O DPVAT cobre despesas médicas, invalidez e morte em casos de acidentes de trânsito de qualquer espécie. O pagamento havia sido suspenso, mas já está sendo retomado. O seguro obrigatório volta repaginado a partir de janeiro de 2025.
Indenização por danos morais ou materiais
Há ainda a chamada cobertura contra terceiros ou de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF-V), um seguro que protege o segurado de danos que ele possa causar a terceiros.
A cobertura contra terceiros pode ser personalizada, podendo incluir danos materiais (despesas de lataria e pintura, reparos em fachada de casa ou loja etc.), danos corporais (despesas médicas e hospitalares, morte ou invalidez) e danos morais (caso o segurado seja acionado judicialmente).
Prevenção: como evitar novos acidentes
No trânsito, a prevenção é o melhor remédio. E por mais que alguns acidentes de moto pareçam inevitáveis, há dicas que podem reduzir bastante os riscos nas estradas.
Use sempre a direção defensiva
Direção defensiva é uma forma de conduzir qualquer veículo procurando antecipar situações de risco. A ideia é evitar acidentes independentemente das ações incorretas de outros motoristas ou das condições adversas da via.
Mantenha total atenção na estrada, use de forma correta os equipamentos de segurança, faça a manutenção regular da moto e respeite a sinalização.
Importância de seguir as leis de trânsito
Mais do que o peso das multas no bolso, é fundamental conhecer e respeitar as leis de trânsito, contribuindo para ruas mais seguras e a redução dos números de acidentes de moto.
E lembre-se: é muito importante seguir todos os procedimentos recomendados em caso de acidente de moto, mas mais importante ainda procurar evitá-lo.
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